Ministério Público denuncia presidente da Câmara por tráfico; Genilson se diz perseguido

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O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) denunciou o presidente da Câmara de Vereadores de Boa Vista e mais sete pessoas por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Os denunciados foram alvos da Operação Tânatos, deflagrada pela Polícia Federal, em abril de 2022, para desarticular organização criminosa que atuava no tráfico de entorpecentes em Roraima. A denúncia foi ajuizada na última sexta-feira, 15 de dezembro, pela Promotoria de Justiça Especializada em Crimes de Tráfico Ilícito de Drogas e Crimes Decorrentes de Organização Criminosa

Entenda o caso

As investigações iniciaram em dezembro de 2020 quando um dos denunciados foi preso com mais de 50 kg de skunk, na entrada de Boa Vista.

A carga foi avaliada em cerca de R$ 5 milhões de reais. Após análise de dados de aparelhos celulares foi verificado que para realizar a logística de compra, transporte, venda e recebimento de altos valores, o suspeito preso em flagrante estava associado a mais sete homens, entre eles, o presidente da Câmara de Boa Vista, para execução da empreitada criminosa.

Como o vereador se envolveu

Em uma das conversas verificadas no celular, um dos denunciados afirmou que R$ 1,5 milhão do montante proveniente do carregamento de droga seria destinado ao vereador “para ajudar na briga pela mesa”, menção à disputa pela mesa diretora da Câmara Municipal à época.

Segundo a denúncia, mesmo após a prisão do homem que transportou o carregamento de droga, o grupo criminoso continuou a atuar na venda de entorpecentes em Roraima, inclusive, com negociações realizadas dentro do gabinete do vereador na Câmara Municipal de Boa Vista.

Após a Justiça acatar a denúncia do MPRR, os oito denunciados terão dez dias para apresentar a defesa.

Defesa

Na época da operação, o vereador Genilson Costa (Solidariedade), subiu à tribuna, durante sessão ordinária nesta quarta-feira (6), para falar sobre o ocorrido. Ele afirmou que estava sendo alvo de perseguição política pelo grupo de oposição que estava tentando denegrir sua imagem, por meio de veículos de comunicação que são pagos com dinheiro público.

“E um dos motivos para essa perseguição é porque projetos de lei do Executivo quando chegam a esta Casa, passam por uma análise criteriosa até entrar em votação. Estamos fazendo uma legislatura diferente das anteriores. E outra coisa, projetos de lei, sejam do Executivo ou de qualquer vereador da minha base ou da base do prefeito, que beneficiam categorias, sempre votamos favoráveis. A prefeitura tem que mudar esse discurso de que a Câmara é quem prejudica os trabalhadores municipais. Mas o trabalho da Mesa Diretora e dos vereadores da minha base tem incomodado”, comentou o presidente da Câmara.

Ele ainda disse que está com a consciência limpa e tranquila, pois não cometeu nenhum ilícito. “Estou à disposição da Justiça para esclarecer qualquer coisa, pois sou o mais interessado nesse trabalho de investigação e que ao final mostrará que não tenho envolvimento com nada”, finalizou Genilson Costa.

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