GUIANA: Nova recontagem de votos confirma vitória de Irfaan Ali para presidente

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O Comitê de Eleições da Guiana (Gecom) (em inglês, Guyana Elections Commission – Gecom), confirmou o fim da recontagem de votos, após dois meses de paralisação do processo eleitoral na Guiana.

A recontagem dos votos das eleições presidenciais ocorreu após partidos de oposição contestarem a vitória do candidato de oposição, de esquerda.

O ex-ministro de Habitação Irfaan Ali, de 39 anos, do partido Progressista do Povo (PPP),  disputava com o atual presidente, o brigadeiro do Exército aposentado David Granger, de 74 anos, do partido Congresso Nacional do Povo (APNU).

Com uma diferença de mais de 15.500 votos sobre seu principal rival, a recontagem foi testemunhada por representantes de 9 partidos políticos.

Também participaram observadores da Comunidade do Caribe (Caricom), Organização dos Estados Americanos (OEA) e observadores locais, incluindo a Comissão de Seção Privada e a Câmara de Comércio Americana (AMCHAM).

A recontagem

Em março, a contagem original das cédulas processadas transcorreu sem problemas tendo sido concluída em nove regiões com o partido PPP na liderança.

No entanto, a tabulação das Declarações de Votação (POPs) foi interrompida no Distrito Quatro (Demerara-Mahaica) após o Oficial de Regresso Clairmont Mingo ter mudado o procedimento legal.

Para ter transparência na votação, cada POP deve ser exibido às partes interessadas presentes para permitir a comparação com suas cópias, mas o oficial apenas incorporou as POPs em uma planilha consolidada.

Isso levou a pedidos imediatos de transparência por parte de observadores locais e internacionais.

Após o recurso ao Supremo Tribunal, quando todas as partes, exceto a APNU / protestaram contra a manobra que facilitou a inflação dos votos para esse partido, a Suprema Corte ordenou a reversão para o procedimento prescrito, o que não foi cumprido.

A presidente do GECOM, a juíza aposentada Claudette Singh, concordou em recontar todos os votos, propostos pelo presidente interino David Granger e pelo líder da oposição Bharrat Jagdeo após uma intervenção de vários líderes da Caricom.

Desde então, os dois líderes se comprometeram a aceitar os resultados da recontagem.

À medida que o processo de recontagem se encerra, as vozes da comunidade nacional e internacional – líderes locais da Igreja, Comissão do Setor Privado, Departamento de Estado dos EUA, Embaixadores dos EUA, UE, Reino Unido, Caricom, OEA pediram a aceitação da recontagem por todas as partes levando a uma transição pacífica para o novo governo escolhido pelo povo da Guiana.

O novo presidente eleito ficará responsável pela administração do país após a recém-descoberta de óleo na Costa da Guiana, em 2015, que tem potencial para compor milhões de barris de petróleo e modificar a economia do país. A descoberta se deu a partir de um consórcio liderado pela empresa Exxon.

Entenda o modelo de eleição da Guiana

O Observatório de Igualdade de Gênero da América Latina e do Caribe, explica que a estrutura política da Guiana é regida pela constituição de 1980.

Determina que nas eleições gerais, os partidos designam um membro para ser o candidato a presidente. O candidato do partido vencedor das eleições torna-se presidente eleito do país.

Os critérios de elegibilidade para o cargo são: ser um cidadão guianense por nascimento ou parentesco; antes de sua candidatura, ter residido na Guiana por, no mínimo, sete anos contínuos; e cumprir os requisitos de elegibilidade para a Assembleia Nacional.

A Assembleia Nacional consiste de 65 postos, cujos membros são eleitos por voto popular. As eleições presidenciais devem ocorrer pelo menos uma vez a cada cinco anos, sem limites de mandatos. Tanto os membros da Assembleia Nacional quanto o presidente têm mandatos de cinco anos.

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