Secretário diz que apesar de receber milhões, Saúde precisa de intervenção federal

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Cyneida Correia

em 24 de maio de 2020

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Um ofício encaminhado via SEI, do dia 15 de maio, pelo secretário de Saúde Olivan Junior para o governador Antônio Denarium e vazado para a imprensa, movimentou o meio político na noite deste domingo.

O teor desesperado do relato, que fala a todo momento em colapso na saúde, com a chegada do pico da pandemia ao estado, demonstra que a crise que se instalou na saúde pública de Roraima não terá conserto apenas com a mudança de gestão como imaginava o governo de Roraima.

No ofício, o secretário pede a intervenção federal no estado e afirma que os interesses não republicanos e a instabilidade do cenário político por conta da
tramitação do pedido de impeachment do governador, em andamento no Poder Legislativo Estadual, dificulta a Gestão.

“Esta Secretaria recebe vultosas quantias de recursos federais, provenientes dos repasses e do Fundo de Saúde, além de recursos decorrentes de convênios e outras rubricas para suprir as carências na área de saúde do Estado, mas o passivo existente e o histórico de contratos irregulares emperram o cumprimento de obrigações financeiras e administrativas”

Olivan Junior afirma que fará um choque de gestão e que pretende revisar os contratos irregulares, mas que encontrou um desordenamento físico, estrutural e clínico, além de irregularidades e interesses pouco republicanos.

“Sugerimos a vossa excelência, que solicite a imediata intervenção federal na saúde de Roraima, uma vez que nossas ações padecem de tempo e recursos humanos, para enfrentar a crise que se aproxima. Ainda podemos salvar muitas vidas”

Falta de material e equipamento é a principal reclamação

O secretário informou ainda que existem problemas conjunturais relacionados às compras e aquisições de insumos, que estão sendo feitas para as Unidades de Saúde.

Especificou que há entraves na contabilidade financeira, para realizar boa gestão, e para contratar profissionais e que a análise de todos os contratos firmados levará muito tempo, retardando os pagamentos, o que pode levar ao Colapso.

A maior preocupação é quanto a falta de estoque apropriado e planejamento no abastecimento das Unidades de Saúde da Capital e Interior.

“Estamos planejando para esta semana uma aquisição de insumos para atendimento do Covid e do Não Covid, em grande escala, com entregas em Boa Vista – RR, no modal terrestre e em Guarulhos -SP, no modal aéreo”.

Recursos humanos são um problema, diz secretário

Para Olivan Junior, há importantes medidas que dependem da formação de equipes técnicas e comprometidas em reerguer a Sesau;

“Também precisamos equacionar conflitos de relacionamentos existentes entre os profissionais da Área de Saúde, para dotar o mais rapidamente possível as Unidades de Saúde de equipes médicas”.

Pico não chegou e transmissão comunitária é realidade

O secretário confirmou que os elevados números de casos, confirmam que a infecção no Estado, está ocorrendo de maneira comunitária, atingindo todos os municípios.

“Em função da desobediência da população pelo distanciamento social, ordenado por Decretos Estaduais, inexistem meios adequados para o enfrentamento do pico do Coronavírus, ante a previsão de escassez de leitos de UTI´s para o acolhimento e atendimento das vítimas”

Hospital de Campanha deve ser prioridade diz secretário

Olivan Junior destacou que entre as providências para conter a grave crise está a estruturação do Hospital de Campanha do Exército, que servirá como área de proteção e cuidados às vítimas.

“Assumimos o compromisso com a abertura do Hospital de Campanha. Assinamos o Termo de Cooperação para tornar público nosso interesse em buscar uma solução para a Crise do Coronavírus, embora de forma tardia a nosso ver”.

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