O deputado Renato Silva (Podemos) usou a tribuna do Plenário Noêmia Bastos Amazonas para falar da possível interferência do governo do Estado na eleição suplementar para a prefeitura de Alto Alegre, a 95 quilômetros de Boa Vista, que ocorre no domingo (28).
Segundo ele, há vídeos que mostram servidores públicos e veículos de secretarias estaduais circulando por Alto Alegre para pedir votos para o candidato Wagner Nunes (Republicanos), apoiado pelo governador Antonio Denarium (PP).
“Praticamente o aparato do Estado inteiro está depositado em Alto Alegre por causa da eleição do próximo domingo”, disse ele ao destacar ainda que a forma da equipe do candidato fazer campanha na região tem sido agressiva, incluindo ameaças de desabastecimento do Iaterr (Instituto de Assistência Técnica e Extensão de Roraima) a produtores. “Não é para o instituto atender as famílias que votam no ‘Magrão’, só as que votam no Wagner. O vídeo está claro para todos ouvirem”.
De acordo com Silva, servidores estaduais estão sendo coagidos a se deslocar para fazer campanha na cidade. “Vale a pena fazer tudo isso? Passou muito dos limites aceitar isso calado, a vaidade em mostrar força”. O deputado contou que chegou a ligar para o chefe da Casa Civil, Flamarion Portela, para questionar a situação.
O parlamentar afirmou que nos próximos dias pretende apresentar aos demais colegas provas de irregularidades.
“Tem muita coisa acontecendo nesta semana. Tudo o que eu falar sobre pedido de propina, vou trazer provas, não vou falar nada em vão. Estou preparando material de tudo, eles ficam desafiando a nossa inteligência, coagindo. Agora, esse desrespeito, a gente não aguenta mais”.
Renato Silva disse que vai continuar a pedir celeridade na conclusão de obras, inclusive citou o Hospital de Pacaraima e a Maternidade de Boa Vista, destacando que não vai admitir que as responsabilidades sejam “jogadas” de uma secretaria para outra.
No fim do discurso, ele pediu apoio à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 09/2024, que altera o artigo da Constituição do Estado sobre a retirada da obrigação de se votar pedidos de informação em plenário.
“Todas as Assembleias no Brasil, Congresso, não colocam pedido de informação para votação. Vários colegas aqui foram coagidos por pedidos de informações. Se o parlamentar não pode fazer um pedido de informação, qual o nosso papel?”, questionou.