O anúncio de filiação do vice-governador, Frutuoso Lins, no Movimento Democrático Brasileiro (MDB), presidido em Roraima pelo ex-senador Romero Jucá, investigado em diversos processos esquentou o mundo político.
Conforme o Governo, em 2019, o vice-governador Frutuoso Lins era filiado ao PTC – Partido Trabalhista Cristão quando assumiu o cargo juntamente com o governador Denarium. Sete meses depois se filiou ao Solidariedade (SD), partido presidido pelo deputado Jalser Renier que responde a mais de 50 processos judiciais. “Um ano depois se filia ao MDB de Romero Jucá, que responde a mais de 70 processos judiciais”, destacou.
O Governo afirmou que, durante todo esse período o vice-governador apareceu poucas vezes no trabalho, e pouco colaborou nas constantes demandas do governo.
“Também se constata que sua postura nesses poucos mais de dois anos sempre se manteve desagregadora e responsável por “afastar aliados” políticos. Entende-se que sua presença ou ausência pouca diferença faz na administração pública”, criticou.
Informou ainda que o vice-governador continua recebendo salário mesmo tendo se filiado a partido opositor enquanto o governador Antonio Denarium trabalha 16 horas por dia e abriu mão de seu salário.
Entenda
Eleito vice-governador em 2018 na Chapa de Antonio Denarium, Frutuoso Lins se filiou ao MDB em solenidade realizada nesta terça-feira, 24.
À época da eleição Frutuoso estava filiado ao PSL, o mesmo partido pelo qual Denarium se elegeu governador, na esteira do bolsonarismo. Depois migrou para o Solidariedade, que é presidido pelo deputado Jalser Renier, em meio a conflitos com Denarium. Mas estava sem partido há 18 meses.
À reportagem do Política Macuxi, Frutuoso afirmou que o MDB a sigla que apontou maior comprometimento com o povo roraimense.
“Entendo que precisamos expandir esse conceito de administração para o estado como um todo. Por isso, quero ajudar o MDB com minha experiência na saúde pública e podermos seguir juntos no mesmo propósito – trabalhar para o povo”, disse.
Em entrevista a uma rádio local, o vice-governador afirmou estar avaliando a possibilidade de ser candidato a deputado federal nas próximas eleições.
“O cargo de vice não tem muito sentido para o erário público, tendo em vista que já tem o presidente da Câmara e da Assembleia para substituir prefeito e governador. A Constituição estadual não prevê função ao vice governador, por isso acho desperdício ao erário. Tenho andado muito e as pessoas têm me sugerido ser candidato a deputado estadual e estou avaliando”, frisou.