Durante a segunda onda da covid-19, que voltou a se agravar no início deste ano, a Prefeitura de Boa Vista (PMBV) gastou mais com serviços públicos, como coleta de lixo e limpeza, do que com saúde.
Os dados mostram que a pandemia não fez o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB), redefinir prioridades estabelecidas desde a administração da ex-prefeita Teresa Surita (MDB).
Segundo dados do Portal da Transparência da PMBV, a Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente tem R$55.715.201,63 em recursos pagos até o momento, de uma dotação atualizada em R$ 250 milhões.
Já o Fundo Municipal de Saúde gastou 16% menos, e tem R$46.400.755 pagos de uma dotação orçamentária de R$248 milhões.
Boa Vista não tem postos de saúde em funcionamento 24 horas, e é a única capital do país sem uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
Coleta de lixo milionária
A planilha, embora atualizada até esta quinta-feira (15), mostra pagamentos feitos apenas em janeiro e fevereiro. A principal beneficiada foi a Sanepav, que realiza a coleta de lixo na cidade. A empresa recebeu R$2,8 milhões em janeiro e fevereiro.
Outros R$1,1 milhão foram aplicados em pagamentos referente à pessoal e encargos. Neste montante também estão incluídos pagamentos a empresas de consultoria, locação, sanitização, limpeza e conservação.
Durante a votação do Orçamento na Câmara, quando houve impasse sobre o Orçamento, o prefeito disse, em entrevistas para a imprensa, que foram cortados recursos dos serviços da cidade, o que comprometeria a limpeza da cidade e manutenção de áreas de lazer.
Ele também já afirmou que a prefeitura destina mais de 18% para a Saúde, e que a gestão não enfrenta problemas de abastecimentos nas farmácias dos postos de saúde.
O Política Macuxi entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista e aguarda posicionamento sobre o assunto.
Confira o detalhamento dos gastos: