O senador Telmário Mota (Pros-RR) foi alvo de uma notícia-crime enviada ao Supremo Tribunal Federal, por suposto impedimento de fiscalizações relacionadas ao setor madeireiro.
A relato foi enviado pelo superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, e também acusa o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
O senador repudiou a ação, e disse se tratar de uma denúncia infundada, em busca de “holofotes”, e ainda acusou o delegado de ter adotado condutas ilegais.
A notícia-crime é uma forma de comunicação de uma infração penal. O STF ainda deverá decidir se abre a investigação.
Operação
A troca de acusações ocorre após a Operação Handroanthus, deflagrada no fim do ano passado no Pará, na qual mais de 200 mil metros cúbicos de madeira foram apreendidos, carga que totaliza R$ 130 milhões.
O senador usou redes sociais para criticar a operação, o que ele disse se tratar de uma tentativa da esquerda de desmoralizar o governo Bolsonaro.
O delegado da PF acusa o senador de praticar “vingança privada” contra a ação da PF.
Para ele, Salles e Telmário tiveram uma ligação com empresários do setor madeireiro para atrapalhar a investigação de crimes ambientais. Ele pontuou ainda que esta parceria atenderia interesses privados e “ilegítimos perante a Administração Pública.”
O delegado refutou a alegação do senador de que a extração seria legal, pois, segundo ele, as terras de onde foi retirada a madeira são derivadas de grilagem.
“Sem fundamentos”
Confira na íntegra o que disse Telmário Mota, em nota sobre o assunto:
“O Delegado xiita, Alexandre Saraiva, mais uma vez busca os holofotes com uma notícia-crime patética, sem fundamento e elaborada apenas para ganhar espaço na mídia e nas redes sociais.
A verdade é que, o delegado é um covarde que pratica autoritarismo e não tem coragem de debater com o Ministério do Meio Ambiente e da Justiça, um protocolo para regulamentar o setor madeireiro.
O delegado cria suas próprias leis criminalizando todo um setor, sem distinção de quem está dentro da legalidade ou não, causando assim, a falência de diversas empresas e deixando mais de 15 mil trabalhadores desempregados, apenas em Roraima, numa época de crise mundial.
Ressalto que em momento algum pratiquei as condutas descritas. Como parlamentar, apenas denunciei os procedimentos ilegais cometidos pelo delegado, que sistematicamente utiliza da PF para sua própria promoção pessoal.
Estou convicto que a notícia-crime será arquivada de plano pelo MPF. Continuarei lutando contra os abusos de autoridade cometidos pelo Sr. Alexandre Saraiva, como também pelo emprego de todos aqueles que trabalham dentro da legalidade.”