Deputados criticam MP por usar R$ 36 milhões para construir sede em vez de ajudar na pandemia

O decreto 28.781-E, pelo qual o Governo do Estado abriu crédito suplementar de R$ 37.387.812,71 por superávit financeiro em favor do Ministério Público de Roraima, foi alvo de crítica durante pronunciamento dos deputados Jorge Everton (MDB), Betânia Almeida (PV), Evangelista Siqueira (PT), Renato Silva (Republicanos) e Lenir Rodrigues (Cidadania) durante sessão remota desta terça-feira (9).

O deputado Jorge Everton destacou que se os Poderes tiverem sobra de orçamento, que enderecem este recurso para o Estado investir nas áreas essenciais para a Saúde.

Ele lembrou que o Hospital Geral de Roraima não tem insumos básicos para atender a população como deveria.

“Se está sobrando dinheiro nos fundos das instituições, como Ministério Público, temos que usar na saúde do Estado. Nós estamos falando de vidas, de sofrimento e de mortes. Não estamos tendo cirurgias devido a situação complicada que passa a pasta. E mais, os profissionais da Saúde e Segurança Pública não estão recebendo os 50% da gratificação, que é Lei, devido as dificuldades financeiras”, disse.

Deputados se unem nas críticas

De acordo com Jorge Everton, onde estiver sobrando dinheiro, esse deve ser remanejado urgentemente para onde o Governo está precisando.

“Não podemos aceitar que em meio a essa crise sem prazo para acabar, que nós deputados possamos aceitar tudo isso calados. A população está sofrendo bastante. Temos que dar prioridade às unidades de saúde de Roraima. Nossa população padece de mais atenção”, concluiu Jorge Everton.

Com o mesmo pensamento, a deputada Betânia Almeida pediu mais sensibilidade do Ministério Público e colaboração no combate ao covid-19.

“No momento em que a prioridade é a vida, o Ministério Público quer uma liberação de mais de R$ 37 milhões para construção de uma nova sede com dinheiro público, enquanto nos hospitais faltam EPIs [equipamento de proteção individual], equipamentos”, lamentou a deputada.

Outro deputado a manifestar contrariedade, Evangelista Siqueira contou que este não é o momento.

“Pode até ser legal esse desejo, meu respeito a todos daquela Casa, mas esse anseio do MP é na hora errada, desconexa com que vive a sociedade roraimense, diante dos casos pessoas sendo dizimadas, sem saúde de qualidade”, disse.

Ajuda para saúde

O deputado Renato Silva (PRB) também falou sobre o assunto, e disse que neste momento é preciso analisar se existe necessidade da construção do prédio.

“Vamos tratar da questão e ver se realmente precisa, esse não é o momento de tratar disso, esse não é o momento de construir prédios novos, diante do que estamos vivendo eu peço a união das instituições para lutarmos contra o coronavírus, precisamos pensar na população, esse não é momento de vaidade”, disse Renato.

A deputada Lenir Rodrigues (Cidadania) finalizou a discussão enfatizando que este é um momento de excepcionalidade, e deu o exemplo do Tribunal de Justiça de Roraima, que devolveu recursos para ajudar o Poder Executivo.

“Não é hora de construir prédio, é hora de ajudar o Poder Executivo a ter estrutura para salvar vidas”.

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