Magistrados repudiam foto de Deputado com fuzil criticando judiciário

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Cyneida Correia

em 2 de junho de 2020

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A Associação dos Magistrados de Roraima (AMARR), repudiou qualquer ato contrário à democracia, após ser questionada sobre a foto do deputado estadual Jeferson Alves (PTB-RR), segurando uma arma e criticando o judiciário.

“É inadmissível que um parlamentar haja em descompasso com as Constituições, estadual e Federal” explicou a Presidente da AMARR, Juíza Lana Leitão Martins.

Jeferson Alves (PTB-RR), é vice líder do governo Denarium e apoiador do presidente Jair Bolsonaro, e publicou uma foto armado em suas redes sociais escrevendo: “A toga não é mais forte que o fuzil”.

A frase é atribuída ao presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que ficou nacionalmente conhecido por seu envolvimento no esquema de corrupção chamado de mensalão.
Ele também foi condenado pelo STF pela prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A publicação do deputado também levou a hashtag #FechadoComBolsonaro.

Em nota ao Política Macuxi, o deputado Jeferson Alves explicou que acredita que “a toga, que as decisões dos ministros, muitas vezes arbitrárias, não podem ser maiores que as vontade da população!”

Alves pontua que políticos podem ser criticados nas redes sociais pela população em geral,

“muitas vezes sendo vítimas de fake news e os ministros se acham acima do bem e do mal, como se a população não tivesse o direito de criticá-los”.

Para Defensoria deputado desrespeitou instituições

Para a defensoria pública, as palavras de Jefferson desrespeitam as instituições públicas.

” A Defensoria Pública do Estado de Roraima é intransigente na defesa do estado democrático de direito e no respeito às instituições constituídas. Defenderá, sempre, o respeito, a harmonia entre todos os Poderes e, sobretudo, a liberdade de expressão. Mas, acima de tudo, que sejam observados os preceitos democráticos que norteiam nossa sociedade”.

Segundo a Defensoria, a livre manifestação de ideias não deve caminhar para o incitamento da violência e subversão da ordem.

“Que o momento é de união e apaziguamento para enfrentamento de um mal maior, que é essa pandemia pela qual passamos. Por fim, a fotografia e a legenda desrespeitam as instituições públicas e, principalmente, o Poder Judiciário, indo de encontro aos princípios democráticos constitucionais.”, firmou o órgão para o Política Macuxi.

TJ e OAB não se manifestam

A reportagem do Política Macuxi procurou o Tribunal de Justiça de Roraima, o Ministério Público Estadual e a seccional Roraima da Ordem dos Advogados do Brasil, mas até o fechamento da matéria não se manifestaram sobre a questão.

A reportagem também procurou o governo de Roraima e a Assembleia Legislativa e aguarda retorno.

Escalada da violência

A publicação do deputado é feita em um momento de escalada das tensões em Brasília, onde bolsonaristas radicais, fazem protestos pedindo o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os apoiadores do presidente chegaram a promover “tiro ao alvo” contra fotos de deputados, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), governadores e do ex-ministro Sergio Moro.

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