O médico ortopedista e traumatologista Ilderson Silva, usou as redes sociais para denunciar que mais de 500 pacientes ortopédicos estão à espera de cirurgia na rede pública de saúde em Roraima. Ele mostrou na denúncia um vídeo onde uma cirurgia era feita com uma furadeira doméstica por conta da falta de equipamentos no setor. (veja o vídeo)
O especialista também relatou a falta de itens básicos para o atendimento, como macas, papéis para proteção, gesso, serra para o corte de gesso e raio-x.
“As macas que temos estão todas enferrujadas, os pacientes já ficaram semanas a mais com o gesso por falta de serra de corte. A tristeza maior é quando temos que dizer a um paciente que não há previsão para operá-lo devido à falta de material e furadeira”, lamentou.
A falta de equipamentos e materiais não são os únicos problemas enfrentados pelos profissionais no Coronel Mota.
O médico também denunciou a falta de condições de trabalho. “Trabalhamos numa sala totalmente insalubre, na qual o ralo do esgoto precisou ser coberto por gesso, e como não tem saída do ar, a sala permanece constantemente com odor horrível de sangue e materiais utilizados”, contou.
Silva fez um apelo ao governador, Antônio Denarium, para que atenda às necessidades dos profissionais nas unidades de saúde. “Eu não aceito ouvir cotidianamente que o HGR tem material para as cirurgias, digo isso porque não tem e eu provo. Gostaria que o governador e o secretário de saúde fossem junto comigo para que percebam a necessidade urgente do retorno das cirurgias ortopédicas”.
Por fim, o médico também falou sobre atrasos salariais dos profissionais que atuam na cooperativa.
“Cumpro meu horário à risca, meu salário via cooperativa atrasa um a dois meses sempre e o governo nada faz. Essa de que diminuiu folha, só quem está dentro dos hospitais do estado sabem como isso foi feito. Cortou cirurgias, cortou plantão, cortou ambulatório, resumindo poupou porque deixou de prestar a devida assistência. Toda a equipe da ortopedia fica extremamente angustiada com essa situação, mas quando pensamos em reclamar, nos apontam os dedos como se estivéssemos pedindo algo sobrenatural. Até quando?”, questionou.