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Canários na mira do tráfico: mais de 2.700 aves apreendidas em um ano. Veja vídeo

 O Aeroporto Internacional de Boa Vista voltou a ser palco de um flagrante de tráfico de aves silvestres.

Na madrugada desta segunda-feira (23), a Polícia Federal prendeu um passageiro que tentava embarcar com 172 canários-da-terra (Sicalis flaveola) escondidos em uma mala, em condições de maus-tratos. O homem foi conduzido à sede da PF para a lavratura do flagrante e, posteriormente, encaminhado ao sistema prisional.

O caso, embora alarmante, não é isolado. A cena tem se repetido com frequência no estado, consolidando Boa Vista como uma das principais rotas do tráfico de fauna silvestre no Brasil.

Há menos de duas semanas, outro homem foi detido tentando embarcar com 280 canários-da-terra, distribuídos em três malas, também em situação degradante.

De acordo com dados de operações noticiadas pela imprensa, mais de 2.700 aves foram resgatadas em operações realizadas no último ano.

Em agosto de 2024, dois passageiros foram flagrados com 500 aves escondidas em malas.

No mês anterior, outro suspeito tentou despachar quatro bagagens com aproximadamente 500 pássaros.

Já em novembro, o IBAMA resgatou mais de 1.500 aves silvestres em uma ação no Distrito Federal, muitas oriundas da região Norte, segundo as investigações.

Liberados com fiança

Apesar da atuação constante das autoridades, o tráfico de canários-da-terra segue em expansão. Em diversos casos, os criminosos são liberados após pagamento de fiança, o que enfraquece o enfrentamento a essa cadeia ilegal, que movimenta altos valores no mercado negro.

A legislação ambiental brasileira, por meio do artigo 29 da Lei nº 9.605/98, proíbe a captura, transporte e comercialização de animais silvestres, prevendo penas que podem chegar a um ano de detenção e multa – dobradas em situações agravantes, como maus-tratos ou ação em áreas protegidas.

Ainda assim, a impunidade e a demanda por essas aves, conhecidas pelo canto melodioso e plumagem vibrante, alimentam um comércio cruel.

Embora o canário-da-terra não esteja atualmente na lista de espécies ameaçadas, o alto volume de apreensões coloca em risco a biodiversidade amazônica. Além disso, muitas aves são resgatadas já debilitadas ou mortas, evidenciando o sofrimento imposto durante o transporte.

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