A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu três fuzis de calibre 7.62 milímetros, durante a abordagem a um veículo de transporte por aplicativo, que seguia de Boa Vista com destino ao município de Mucajaí. O motorista informou que realizava uma corrida por aplicativo para uma passageira de 25 anos.
As armas estavam desmontadas e escondidas dentro de mochilas no banco traseiro de um carro abordado pelos agentes na zona oeste da capital. O armamento, considerado de uso restrito das Forças Armadas, estava com a numeração raspada.
Segundo informações da PRF, durante a abordagem os policiais visualizaram duas mochilas no banco de trás do veículo. Ao questionarem os ocupantes, uma jovem tentou negar a propriedade das mochilas, mas o motorista confirmou que pertenciam a ela. Ao revistarem o conteúdo, os agentes encontraram os três fuzis desmontados.
A mulher foi presa em flagrante e conduzida para a Central de Flagrantes da Polícia Civil, localizada no 5º Distrito Policial. O armamento também foi apreendido.
Alto poder de destruição e uso em conflitos armados
O fuzil calibre 7.62mm é uma arma de guerra, com alto poder de perfuração e letalidade, com alcance efetivo de até 2.500 metros. É comumente usado em conflitos militares, ações táticas e por organizações criminosas em confrontos com forças de segurança. Segundo o tenente Anderson Morais, especialista em Material Bélico e subchefe da Divisão de Material Bélico da Polícia Militar de Roraima, trata-se de uma arma de alta precisão e extremo risco em mãos erradas.
Roraima no mapa do tráfico
A apreensão reacende o alerta sobre o uso de Roraima como rota estratégica para o tráfico de armas e drogas. O estado faz fronteira com a Venezuela e a Guiana, o que favorece a atuação de facções criminosas que utilizam a região como corredor logístico para entrada e distribuição de armamentos ilegais no país. Além disso, o desmonte das armas é uma tática comum utilizada por traficantes para dificultar a fiscalização em rodovias.
Nos últimos anos, operações policiais têm apontado a presença crescente de facções nacionais e transnacionais em Roraima, que disputam território e rotas de tráfico na região amazônica. A facilidade de acesso por vias terrestres e a fragilidade nas áreas de fronteira agravam o problema.
As investigações agora seguem para identificar a origem e o destino final dos fuzis, bem como o envolvimento da mulher presa com organizações criminosas.