Com a proximidade do Boa Vista Junina 2025, os preparativos ganham ritmo intenso. Neste final de semana, dias 31 de maio e 1º de junho, ocorre o Congresso Técnico do Concurso de Quadrilhas Juninas, promovido pela Prefeitura de Boa Vista. O encontro marca o início da contagem regressiva para as apresentações, previstas entre os dias 3 e 6 de junho, no tablado do Maior Arraial da Amazônia.
O congresso acontece na Sala Múltiplo Uso do Teatro Municipal, nos turnos da manhã e da tarde, e reúne os representantes das 24 quadrilhas participantes – 12 do Grupo Especial e 12 do Grupo de Acesso – além dos nove julgadores que estarão responsáveis pela avaliação dos espetáculos.
Durante o evento, cada grupo dispõe de 25 minutos para apresentar seu enredo, figurino, trilha sonora e proposta coreográfica. O objetivo é alinhar as expectativas em torno do regulamento e esclarecer dúvidas quanto aos critérios técnicos de julgamento.
Espaço de troca e valorização cultural
Para o diretor executivo do concurso, Chiquinho Santos, o Congresso Técnico é uma etapa indispensável. “É um momento de capacitação e sensibilidade. Os jurados precisam compreender o contexto das quadrilhas e da cultura local. Contamos com avaliadores de outros estados e também com especialistas da nossa região, o que enriquece a leitura artística e técnica das apresentações”, afirmou.
Ele destacou ainda a grandiosidade da edição de 2025, que celebra os 25 anos do Boa Vista Junina. “A estrutura está à altura do evento: mais de 700 metros quadrados de tablado e arquibancada com capacidade para cinco mil pessoas. É uma festa que movimenta a economia criativa e reafirma nosso compromisso com a cultura popular”, pontuou.
Marcos Roberto, jurado convidado de Aracaju (SE), ressaltou a importância do congresso como espaço de escuta e respeito às narrativas regionais. “Venho do teatro e das quadrilhas. Estar aqui é mais que avaliar, é reconhecer o esforço, o talento e o compromisso de cada grupo”, disse.
Representatividade e emoção nos bastidores
Entre os representantes das quadrilhas, o clima é de entusiasmo e responsabilidade. Max Reis, da Quadrilha Sinhá Benta (Grupo de Acesso), destacou a relevância do espaço para apresentar o enredo do grupo, centrado nas matrizes africanas e na história dos quilombos. “É uma forma de afirmar nossa identidade e valorizar nossas raízes dentro do universo junino”, declarou.
Já Cristiane Cardoso, coordenadora da Quadrilha Coração de Estudante, afirmou que o tema da sua quadrilha é um convite à reflexão sobre o valor das relações humanas. “Queremos emocionar. Mostrar que, mesmo em um mundo tão conectado digitalmente, nada substitui o toque, o afeto e a presença real”, disse.
Concurso valoriza talentos e amplia premiações
A programação competitiva do Boa Vista Junina será realizada de 3 a 6 de junho, com a apuração marcada para sábado, 7, e a apresentação das campeãs no domingo, 8. Além dos tradicionais prêmios para Rei Matuto, Rainha Caipira, Rainha da Diversidade e Casal de Noivos – cada um com premiação de R$ 6 mil – haverá troféus técnicos para categorias como visagismo, iluminação e cenografia.
O evento reafirma o papel do concurso como plataforma de expressão cultural, onde tradição, criatividade e técnica se encontram para celebrar a força das festas juninas na região Norte do país.