O deputado federal Nicoletti, presidente estadual do União Brasil, está prestes a causar uma cisão significativa dentro do partido.
Mesmo após a Resolução da Comissão Executiva Nacional, que nomeou Catarina Guerra como a pré-candidata a prefeita de Boa Vista, o site Política Macuxi apurou que Nicoletti insiste em vetar a candidatura da colega no dia da convenção, que acontecerá na última data eleitoral disponível, o que pode trazer consequências desastrosas para o partido nas eleições.
Um advogado eleitoral procurado pelo site Política Macuxi afirmou que segundo o artigo 5º da Resolução do União Brasil,
“no caso de desobediência às diretrizes desta Resolução, poderá a Comissão Executiva Nacional anular a deliberação contestada, o que impedirá ao Partido de concorrer às eleições para o governo do respectivo município, nos moldes do parágrafo 2º do artigo 7º da Lei 9.504-97”.
Outro ponto estabelecido pela resolução é que:
“Se a gente examinar o parágrafo 2º do artigo 7º da Lei 9.504-97, ele está assim redigido. Parágrafo 2º. Se a convenção partidária de nível inferior se opuser na deliberação sobre coligações às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção nacional, nos termos do respectivo estatuto, poderá esse órgão anular a deliberação e os atos dela decorrentes.
Apesar da intenção clara da Executiva Nacional do União Brasil de fortalecer o partido através de coligações politicamente viáveis, com o PSDB, o Republicanos e o Progressistas, que já declararam apoio ao nome de Catarina Guerra, que é o fator de aglutinação desses partidos aliados.
A recusa de Nicoletti em sair da disputa em favor do grupo aliado e obedecendo votação nacional, tem causado espanto no meio político.
É que o atual presidente estadual, Nicoletti, ao manter sua própria candidatura, bloqueia essas coligações que haviam fechado o apoio ao partido a partir do lançamento de nome de Catarina como candidata. Isso tem preocupado a direção nacional do partido, que vê em Catarina Guerra um nome capaz de aglutinar apoios e consolidar alianças importantes para a disputa eleitoral.
A insistência de Nicoletti em defender exclusivamente seu nome pode isolar o União Brasil, prejudicando não apenas a corrida eleitoral, mas o fortalecimento do partido como um todo.
Deputado diz que Executiva Nacional pode fazer Intervenção em Roraima
O deputado estadual Jorge Everton, também do União Brasil, um político experiente e forte em Roraima, expressou sua frustração com a postura de Nicoletti:
“A decisão nacional tem que ser respeitada, pois também é o pensamento de todos os que compõem o partido em Roraima que nesse momento Catarina é o melhor nome para ganhar a eleição. Nada justifica essa insistência de Nicoletti. Ele está prejudicando o partido de uma forma absurda, e Arthur é o único beneficiado por esse imbróglio”.
Everton ainda destacou que a falta de atuação de Nicoletti no comando do União Brasil prejudica o partido pois falta estrutura partidária robusta no estado:
“Nicoletti comete várias violações ao estatuto e cabe intervenção federal no partido. O União Brasil só tem diretório municipal em Boa Vista, que ele e a família comandam. Ele não permitiu a criação de diretórios em nenhum outro município do estado, o que enfraquece o partido, principalmente no interior. “.
Com a eleição municipal se aproximando, a postura de Nicoletti pode levar o União Brasil a uma posição vulnerável, colocando em risco a competitividade do União Brasil e enfraquecendo suas chances de sucesso.
A meu ver, além de ferir a hierarquia partidária, onde o Diretório Nacional de forma democrática já fechou questão de ordem pela candidatura da Deputada Catarina Guerra, os atos de gestão do Deputado Nicoletti a frente do União Brasil, chegam a ser caso de intervenção no diretório, conforme artigo 98, III, do Estatuto partidário, pois prejudicaram o bom desempenho político-eleitoral da sigla, visto as inúmeras decisões monocráticas como se fosse o dono da agremiação, que afetaram as filiações e pré-candidaturas na maioria dos municípios.
Outro lado
O deputado Nicoletti ao ser procurado, confirmou que a executiva nacional considerou tanto Nicoletti quanto Catarina Guerra como candidatos que atendem aos requisitos mínimos de viabilidade eleitoral.
“Dessa forma, a escolha do candidato do partido ficará a cargo da executiva municipal. A escolha será realizada na Convenção Municipal, no dia 5/08/2024, segunda-feira, com início às 19h e término às 22h, no Centro de Tradições Gaúchas – CTG, conforme edital já publicado’