Compartilhe esta notícia:

PF prende homem com quase R$ 300 mil em mochila e investiga políticos por lavagem de dinheiro

O dinheiro foi apreendido (Imagem gerada com auxílio do site GPT)

A Polícia Federal prendeu em flagrante o assessor José Eudes Pereira de Siqueira Junior com R$ 296,4 mil em espécie dentro de uma mochila, ao sair de uma agência do Banco do Brasil no bairro Mecejana. Outros R$ 8,6 mil foram encontrados no carro do suspeito.

A Investigação começou quando a Polícia Federal recebeu denúncia por pessoa não identificada relatando saques vultosos em espécie feitos pelo assessor, que passou a ser monitorado pela PF.

Segundo o auto de prisão que o site Política Macuxi teve acesso, José Eudes é suspeito de lavagem de dinheiro .

O celular dele, acessado com autorização formal, revelou conversas com políticos de destaque, entre eles Jalser Renier, ex-presidente da Assembleia Legislativa, e Genilson Costa e Silva, atual presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, onde oferecia o serviço de sacar dinheiro.

As Conversas seguem a mesma lógica: envio de chaves PIX, ligações para evitar rastros e execução imediata das ordens pelo conduzido. O uso de ligações e ausência de justificativa comercial reforçam a intenção de ocultar a natureza das operações.

As mensagens analisadas pela PF mostram que José Eudes oferecia “previsões de dinheiro em espécie” e enviava fotos de mochilas com maços de cédulas acompanhadas de frases como “do jeito que o senhor gosta”. Também foram identificadas transferências via PIX para “contas de passagem”, usadas para ocultar a origem e o destino dos valores.

Nos autos da prisão em flagrante, a Polícia Federal explicou que o flagrante não se limita ao saque, mas a analise do celular autorizada pelo suspeito além do depoimento e de informações levantadas pela PF apontam que existia uma modus operandi estruturado, habitual e voltado a dissimulação de recursos na pratica de lavagem de dinheiro. A denúncia apontava que os saques aconteciam com frequência e tinham como destino agentes políticos.

Versões e Envolvidos

Durante a abordagem, o suspeito apresentou versões contraditórias sobre o dinheiro — primeiro disse que seria para pagamento de funcionários, depois alegou que havia sacado a pedido de terceiros para compra de materiais.

A investigação aponta que o esquema operava com provisões prévias e fracionamento de saques, mantendo o fluxo constante de dinheiro vivo para atender “clientes” ligados à política. José Eudes admitiu movimentar valores da empresa, mas negou fazer entregas a terceiros, apesar das provas encontradas.

O investigado declarou renda mensal de R$ 9.000,00 a R$ 10.000,00, disse não possuir bens e ter empresa ativa, porém fechada desde abril/maio, quadro incompatível com a movimentação de centenas de milhares de reais e operações PIX de alto valor.

O delegado Bruno Mychel de Lima Abreu, da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da PF, ratificou a prisão e representou pela conversão do flagrante em prisão preventiva, alegando risco de continuidade das práticas ilícitas e possibilidade de interferência nas investigações.

O caso segue sob investigação e deve ter novos desdobramentos nos próximos dias, já que os diálogos encontrados indicam vínculos com agentes públicos e movimentações milionárias associadas a contratos com o Estado de Roraima.

Compartilhe esta notícia: