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Diálogos para o Futuro: Empreendedores de Rorainópolis discutem caminhos para diminuir conflito geracional e garantir o crescimento de negócios na região

Na noite da última quinta-feira (2), o município de Rorainópolis recebeu o evento “Diálogos para o Futuro”, uma poderosa tríade formada por Sebrae Roraima, IEL e Senai, reuniu empresários, gestores públicos, estudantes e entidades em um só objetivo: fomentar um ecossistema de inovação, empregabilidade e empreendedorismo através do diálogo. Mais do que uma palestra, a noite foi marcada por uma profunda roda de conversa que aproximou instituições e população para discutir, na prática, os caminhos para superar os desafios locais.
A iniciativa é a materialização de um compromisso com o desenvolvimento sustentável. A atuação do Sebrae Roraima e seus parceiros está intrinsecamente alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para 2030, aos quais a instituição se comprometeu. O evento dialoga diretamente com o ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), ao promover o empreendedorismo e a qualificação; o ODS 4 (Educação de Qualidade), ao integrar educação e mercado; e o ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura), ao estimular a inovação nas empresas.
A força do “Diálogos para o Futuro” reside na complementaridade das instituições. Cada uma traz sua expertise para formar uma corrente robusta entre a sala de aula e o mundo dos negócios. Para a superintendente do IEL em Roraima, Rônia Barker, a parceria é simbiótica e essencial.
“Nossos objetivos se alinham porque trabalhamos para desenvolver talentos e conectar aptidões à visão empreendedora. Enquanto o IEL desperta no jovem a missão de vida e o prepara para a carreira, é fundamental dialogar com o empresário sobre a sua responsabilidade em criar ambientes de trabalho que fomentem a criatividade e a inovação. O Sebrae, por sua vez, é a luz que guia o empreendedor, oferecendo as ferramentas para que ele transforme sua mentalidade e seu negócio. Juntos, não interferimos, mas nos complementamos para transformar vidas e construir um amanhã melhor”, destaca Rônia, enfatizando que a união gera uma sustentabilidade que transcende Rorainópolis, impactando todo o estado.
A gestora detalha os desafios colocados em pauta durante o evento. “O desafio está em compreender as pessoas. O empreendedor de forma geral é muito atrelado ao que é objetivo, ao que entra e o que sai. O que é de ordem subjetiva fica em segundo plano, mas são as pessoas que conduzem o patrimônio”, reforça Rônia.
Esta percepção aponta para a migração da gestão de pessoas de uma função operacional para uma estratégia central na mão do líder. Enquanto tradicionalmente o foco empresarial concentrava-se em indicadores financeiros, a complexidade do mercado atual exige que o empreendedor seja o principal gestor do capital humano.
De acordo com ela, a harmonia de diferentes gerações no ambiente de trabalho – da experiência dos Baby Boomers à agilidade da Geração Z – deixou de ser um tema do RH para se tornar uma competência estratégica do negócio.
“Empresas que adotam esta abordagem colhem benefícios mensuráveis: redução na rotatividade de funcionários, aumento da produtividade e atração de talentos. A gestão estratégica de pessoas mostra-se, assim, não como despesa, mas como investimento essencial para negócios competitivos e sustentáveis”, explica.
Do lado do Sebrae, a capilaridade é a chave para entender e sanar as dores do empreendedor local. Carol Padilha, gerente da Unidade de Atendimento da Região Sul do Sebrae Roraima, explica como o evento se alinha às necessidades da região.
“O ‘Diálogos’ traz, antes de tudo, uma mensagem de união. Levar instituições como Sebrae, Senai e IEL para perto do empreendedor significa dizer a ele: ‘nós temos um catálogo de soluções para a sua dor’. Antes, essa porta não era tão visível. Agora, mostramos que ele pode bater nela e que, juntos, vamos conectar as oportunidades que a região sul tem, mas que ainda estão fragmentadas. É por meio do empreendedorismo e da empregabilidade que se constrói um território próspero, com mais qualidade de vida para todos”, afirma Carol.
O diálogo geracional: do conflito à oportunidade
O tema central da noite, “As 5 Gerações no Mercado de Trabalho”, foi um dos carros-chefe das discussões. A palestrante Nara Alves ressaltou que a proposta não é criar confronto, mas sim entendimento. “Falar sobre as gerações em Rorainópolis é abrir a oportunidade para novas interpretações. O objetivo é ensinar as gerações a aprenderem umas com as outras, abrindo o mundo para a tecnologia e a criatividade que a geração Z traz, sem desprezar a experiência das anteriores”.
Essa visão foi complementada por Gustavo Vilela, gerente de inovação do Senai. “O desafio é entender o potencial que cada geração carrega – da maturidade do Baby Boomer à expertise tecnológica dos Millennials e da Geração Z. O papel das instituições é abarcar esse conhecimento e ser um parceiro tanto para o empreendedor que precisa gerir essa diversidade, quanto para o futuro estudante que ingressa neste mercado”.
A importância de descentralizar eventos desse porte foi um consenso entre as autoridades. Dr. Raimundo Anastácio, juiz titular da 2ª Vara da Comarca de Rorainópolis, foi enfático: “Tenho um sonho: que tudo que acontece na capital também chegue ao interior. Esta iniciativa é um avanço para promover cidadania. A importância está em conscientizar empresários e jovens sobre a qualificação técnica para uma formação profissional digna”.
Miramon Patrocínio, gerente geral da agência do Banco da Amazônia no município, reforçou o compromisso histórico da instituição com a capacitação. “É crucial trazer essa sistemática para cá, principalmente para tirar o jovem do comodismo e mostrar o mar de oportunidades. Trabalhamos há anos com estagiários e vimos muitos crescerem e se tornarem carreiras consolidadas. A parceria com IEL e Sebrae é fundamental nessa preparação”.
Já o vereador Marcinho Alves, presidente da Câmara Municipal, saiu do evento com uma missão. “Como poder legislativo, temos que estar mais perto dessas ações. É o momento de planejar e criar metas para oferecer oportunidades aos nossos jovens e condições para que os empresários possam absorvê-los no mercado. O diálogo de hoje é o primeiro passo para um mercado de trabalho mais diferenciado e inclusivo”.
A voz dos protagonistas: empreendedores e jovens
O sucesso de uma iniciativa como essa é medido pelo seu impacto na ponta. A empresária do setor de hotelaria,  Ana Honório, já vislumbra mudanças na sua gestão. “Como empreendedora, isso abre a mente. Tenho uma funcionária de 20 anos e percebo que, às vezes, queremos que ela trabalhe no nosso ritmo, sem abrir espaço para ela inovar. Eu aprendi muito aqui e espero que tenha outras vezes”.
Haroldo Mota, empresário do setor de material de construção, é um entusiasta da causa. “Apoio 100% o Sebrae e agora o IEL. Essa relação entre os órgãos e os jovens é vital. O jovem está ligado na inteligência artificial, mas isso não o afasta dessas instituições; pelo contrário, elas são necessárias para canalizar essa energia para o negócio”.
Do lado da nova geração, a expectativa é por reconhecimento e espaço. Gabriel Padilha, estudante de 19 anos, defende uma inclusão com novos métodos. “A nossa geração busca inovação. Quando as empresas não acrescentam isso, o jovem desenvolve um pensamento crítico. É difícil arrumar emprego porque os métodos de muitas empresas ainda são muito antigos”.
Essa demanda por oportunidade é ecoada por Camila Silva, de 17 anos. “É uma questão de o jovem ter uma voz ativa e um reconhecimento. Há jovens com mentes brilhantes que só precisam de uma chance para mostrar do que são capazes”.
O “Diálogos para o Futuro” em Rorainópolis foi a semente de uma transformação que une forças para construir um ecossistema econômico mais justo, inovador e sustentável, provando que quando educação, empreendedorismo e políticas públicas caminham juntas, o futuro não é uma incógnita, mas uma construção coletiva.

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