O tráfico de canários-da-terra se tornou uma prática recorrente e alarmante em Roraima. Na madrugada desta sexta-feira (10), a Polícia Federal voltou a flagrar a prática no Aeroporto Internacional de Boa Vista. Um homem foi preso tentando embarcar com 280 canários escondidos em três malas, em condições de maus-tratos.
Esse novo flagrante reforça um padrão preocupante: traficantes continuam usando o Aeroporto Internacional de Boa Vista como rota para o comércio ilegal de aves silvestres. Somente no último ano, a Polícia Federal resgatou mais de 2.000 canários-da-terra em diferentes operações.
Apesar das constantes apreensões, o tráfico continua em expansão. Em muitos casos, os criminosos são liberados após pagar fiança, o que enfraquece o combate à cadeia ilegal que movimenta altos valores.
📌 Histórico de flagrantes do Tráfico de canários-da-terra em Roraima
As operações mostram que o problema não é pontual. Em novembro de 2024, o IBAMA resgatou mais de 1.500 aves silvestres em uma ação no Distrito Federal. Parte desses animais, incluindo canários-da-terra, pode ter saído da região Norte, segundo as investigações.
Nos meses anteriores, as ações também chamaram atenção. Em agosto, agentes federais prenderam dois passageiros com 500 canários escondidos em malas. Já em julho, outro suspeito tentou despachar quatro bagagens com aproximadamente 500 aves.
Com o caso mais recente, o total de pássaros resgatados em menos de um ano já ultrapassa 2.700 aves, consolidando Boa Vista como ponto estratégico no tráfico de fauna silvestre.
📌 Leis ignoradas
A legislação brasileira é clara: o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/98) proíbe a captura, o transporte e a comercialização de animais silvestres. A pena pode chegar a um ano de detenção e multa, e dobra em casos agravados, como maus-tratos ou transporte em áreas protegidas.
🔍 Aves sob risco: Tráfico de canários-da-terra em Roraima
Embora o canário-da-terra (Sicalis flaveola) não esteja na lista oficial de espécies ameaçadas, o alto volume de capturas representa uma ameaça à biodiversidade. Além disso, o sofrimento imposto aos animais é evidente. Muitas aves chegam mortas ou em estado crítico aos centros de triagem.
Por trás do canto bonito e da aparência vibrante, esconde-se um mercado cruel e lucrativo. Enquanto isso, a fiscalização segue enfrentando dificuldades para frear o tráfico sistemático de aves na Amazônia.