O ex-candidato a deputado federal Jamiro Alves da Silva foi preso em flagrante na última segunda-feira (10) durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Terras da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). Ele foi acusado de falso testemunho e encaminhado à Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública. Na noite de terça-feira (11), pagou fiança de R$ 3 mil e foi liberado.
O caso ocorreu quando Jamiro negou qualquer envolvimento com investigações ou vínculo com os envolvidos no processo de regularização fundiária. No entanto, documentos da CPI contradisseram suas declarações, levando a Polícia Militar a efetuar sua prisão.
Quem é Jamiro?
Jamiro Alves da Silva disputou uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições de 2022 pelo PDT, declarando um patrimônio superior a R$ 10 milhões. Durante a CPI, afirmou estar desempregado e sem bens, o que gerou questionamentos sobre a veracidade de suas informações.
Entenda o caso
A CPI das Terras investiga um esquema de grilagem de terras em Roraima. A dentista Estela Camargo denunciou a tentativa de tomada ilegal de sua propriedade, mesmo possuindo documentação legal. Jamiro atuava como procurador de Almiro Ferreira Marinho, interessado na posse do terreno.
Durante a audiência, o deputado Jorge Everton confrontou Jamiro com documentos da Justiça Eleitoral que comprovariam seu alto patrimônio. “O senhor está mentindo para nós ou para a Justiça Eleitoral?”, questionou Everton, determinando a condução de Jamiro à delegacia.
A presidente do Iteraima, Dilma Costa, afirmou que o processo administrativo de Almiro ainda não foi concluído. O relator da CPI, deputado Renato Silva (Podemos), destacou que Jamiro mentiu repetidamente e que as investigações vão continuar.
Esquema de grilagem em Roraima
O presidente da CPI, deputado Jorge Everton (União Brasil), apontou indícios de fraude na regularização de terras, incluindo reabertura irregular de processos para beneficiar grileiros.
O deputado Renato Silva denunciou a existência de uma estrutura criminosa dentro do Iteraima. “Esses grileiros têm acesso direto aos servidores e manipulam processos”, afirmou.
A CPI segue apurando possíveis ligações entre servidores do Iteraima e esquemas de grilagem. O caso de Jamiro será encaminhado ao Ministério Público para avaliação de novas medidas judiciais.