O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), afirmou que a saída de Cecília Lorenzon da Secretaria de Saúde (Sesau) não encerra a crise no setor nem o trabalho de fiscalização e investigação do Poder Legislativo.
“A exoneração traz esperança de mudanças, mas precisamos deixar claro que isso não significa o fim do nosso compromisso com a transparência e a responsabilização. Continuaremos investigando os danos causados à população e aos cofres públicos, garantindo que os culpados sejam punidos”, declarou Sampaio durante a sessão ordinária desta terça-feira (25).
Com a mudança na gestão da Sesau, a adjunta, Adilma Rosa, assumiu o cargo de titular. O presidente da ALE-RR destacou que confia na experiência da nova secretária, mas alertou para a necessidade de independência na condução dos trabalhos.
“Ela precisa de tempo para organizar a casa, e em breve a convidaremos para dialogar. Queremos discutir soluções urgentes, como o pagamento dos médicos, a regularização da hemodiálise, o fornecimento de medicamentos, a redução das filas para cirurgias e o fim de qualquer perseguição a servidores”, pontuou.
Perda de objeto
Na sessão de quarta-feira (19), Sampaio cobrou a exoneração de Cecília Lorenzon, e estabeleceu um prazo até esta terça-feira para que o governador Antonio Denarium (PP) tomasse providências.
A denúncia foi reforçada pelo presidente da Comissão de Saúde da ALE-RR, Dr. Cláudio Cirurgião (União Brasil), e pelo primeiro-vice-presidente da Casa, Jorge Everton (União Brasil), que sugeriu um processo de impeachment contra a secretária..
Com a exoneração confirmada, Sampaio declarou que o pedido de impeachment perdeu o sentido, mas as investigações continuarão.
Realocação gera críticas
Por fim, o presidente da ALE-RR questionou a nomeação de Cecília Lorenzon para a Secretaria de Estado de Governo Digital (Segod), considerando a decisão um erro estratégico.
Na mesma linha, o deputado Jorge Everton criticou a prática de realocação de gestores investigados e cobrou uma fiscalização mais rigorosa sobre as secretarias extraordinárias.
“A gente vê pessoas condenadas ocupando cargos de secretário de Estado. Não podemos aceitar que uma secretária com tantas denúncias simplesmente seja transferida para outra pasta”, declarou Everton.