O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que a aguardada linha de transmissão de Tucuruí será inaugurada em dezembro de 2025. O projeto, que conecta Manaus a Boa Vista, representa um marco para o estado de Roraima, o único no Brasil ainda desconectado do Sistema Interligado Nacional (SIN). A nova infraestrutura promete reduzir a dependência de energia térmica e trazer mais estabilidade energética para a região.
Roraima e os desafios energéticos
Atualmente, Roraima depende fortemente de usinas térmicas, que além de serem caras, têm impacto ambiental significativo. Desde 2019, o estado deixou de contar com a energia importada da hidrelétrica de Guri, na Venezuela, após o rompimento das relações diplomáticas durante o governo de Jair Bolsonaro. A partir da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as negociações para retomar o fornecimento de eletricidade venezuelana foram reabertas, oferecendo uma alternativa temporária enquanto o linhão não é concluído.
“A inauguração do Linhão de Tucuruí marca uma nova era para Roraima, integrando o estado ao sistema nacional e garantindo uma energia mais barata e sustentável para nossa população”, afirmou Alexandre Silveira durante viagem à Arábia Saudita.
Avanços no fornecimento de energia
O projeto do linhão, que teve sua implementação adiada por anos devido a questões ambientais e judiciais, finalmente está perto de ser concluído. Ele deve garantir a oferta de energia limpa e de baixo custo, beneficiando diretamente os cerca de 650 mil habitantes do estado. A expectativa é de que, com a conexão ao SIN, os custos energéticos caiam significativamente, aliviando também o impacto no orçamento público.
Além disso, empresas brasileiras como Âmbar, Bolt Energy e Tradener foram autorizadas pelo MME a realizar testes para retomar o fornecimento de energia da Venezuela, que poderia complementar a matriz energética de Roraima.
Impactos econômicos e sociais
A conclusão do linhão de Tucuruí terá impactos significativos para a economia local, viabilizando a expansão de negócios e indústrias que dependem de um fornecimento energético estável. Além disso, a redução do uso de usinas térmicas deve contribuir para uma matriz energética mais sustentável, alinhada aos compromissos climáticos do Brasil.
“A chegada do linhão não é apenas uma questão de energia, mas de desenvolvimento econômico e social para Roraima. Estamos ansiosos para ver os benefícios se materializarem”, declarou Maria Clara Sousa, empresária de Boa Vista.
Próximos passos
Com o cronograma do linhão de Tucuruí mantido para dezembro, a população de Roraima aguarda a materialização de uma solução energética que vinha sendo adiada há mais de uma década. Enquanto isso, a fase de testes do fornecimento venezuelano continua, e o governo federal promete acompanhar de perto os impactos e ajustes necessários.