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Subcomandante da PM é preso pela PF em operação contra presidente da Câmara

Na manhã desta quarta-feira (18/12), a Polícia Federal prendeu o coronel Francisco Lisboa, subcomandante da Polícia Militar de Roraima, durante a Operação Martellus, que investiga crimes eleitorais relacionados à compra de votos financiada pelo tráfico de drogas.

Lisboa é acusado de utilizar sua posição para quebrar o sigilo de denúncias feitas ao Disque Emergência 190, repassando informações ao presidente da Câmara de Boa Vista, vereador Genilson Costa, principal alvo da operação.

Segundo a investigação, o coronel mantinha o vereador informado sobre denúncias recebidas, permitindo que o esquema criminoso permanecesse ativo durante o período eleitoral de 2024.

Este ano, a Câmara Municipal concedeu a  Medalha de Honra ao Mérito Policial Militar Destaque do ano 2024 à Subtenente QCP PM Márcia Sampaio,  casada com o Coronel Francisco das Chagas Lisboa Junior, subcomandante da Polícia Militar de Roraima A situação levanta questionamentos sobre os desdobramentos da investigação e suas possíveis repercussões na esfera política e institucional.

A ação teria envolvido ao menos R$ 1 milhão em compras de votos, com valores pagos aos eleitores variando entre R$ 100 e R$ 150.

Presidente da Câmara também é preso

Outro desdobramento da operação foi a prisão do presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, que teria sido avisado com antecedência sobre a operação policial.

Para tentar evitar ser detido, ele passou a noite anterior na casa de seu chefe de gabinete, que também foi preso.

A investigação aponta que ambos estavam cientes e possivelmente envolvidos no esquema que utilizava recursos do tráfico para influenciar o processo eleitoral.

Esquema financiado pelo tráfico

O inquérito policial indica que o esquema era liderado pelo vereador Genilson Costa, reeleito em 2024, e contava com apoio de agentes públicos, incluindo o coronel Lisboa. O vereador utilizava um grupo de mensagens para coordenar o esquema e receber relatórios sobre as ações de compra de votos.

As denúncias começaram a ser investigadas em outubro, após a prisão em flagrante de dez pessoas acusadas de corrupção eleitoral, incluindo o líder da campanha de Genilson Costa.

Na época, em buscas na casa do vereador, foram encontrados ouro em forma bruta e outros indícios de lavagem de dinheiro.

Repercussão e desdobramentos

Com a prisão do coronel Lisboa, a PF reforça o comprometimento em investigar a ligação entre agentes públicos  para influenciar o processo político. A operação cumpriu 18 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária.

A prisão do subcomandante e de outras figuras de alto escalão lança luz sobre o impacto do crime organizado na política local e reforça a necessidade de medidas para garantir a integridade do processo democrático em Roraima.

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