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De Roraima à Europa: PF desarticula organização criminosa ligada à máfia italiana

A Polícia Federal do Brasil deflagrou hoje a Operação Mafiusi e prendeu em Roraima um integrante de uma organização criminosa ligada a máfia e ao tráfico de cocaína para a Europa.

No total, além de Roraima, foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva no Brasil, um mandado de prisão na Espanha, 31 mandados de busca e apreensão em endereços situados nos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.

As prisões foram feitas de forma conjunta no Brasil e na Itália, desmantelando dois grupos criminosos responsáveis pelo tráfico de grandes quantidades de cocaína da América do Sul para a Europa.

A operação é resultado de uma colaboração entre as autoridades brasileiras e italianas, envolvendo a PF, o Ministério Público Federal, a Receita Federal, a Procuradoria-Geral da República e a Guarda Civil Espanhola, além da Eurojust, da Europol e da Interpol. Também integravam o Ministério Público de Turim – Diretoria Antimáfia, os Carabinieri Italianos do Raggruppamento Operativo Speciale (ROS), e do Comandante Provincial de Turim.

Como funcionava o tráfico de cocaína

As investigações envolveram uma rede complexa que operava principalmente por meio do Porto de Paranaguá, no Brasil, e por meio de aeronaves privadas, descoberta após a prisão de dois membros da máfia italiana em Praia Grande/SP, em 2019.

Essas redes criminosas eram encarregadas de todo o aparato necessário para enviar cocaína da América do Sul para a Europa, utilizando esse ponto estratégico.

A droga era transportada principalmente pelo método “RIP ON – RIP OFF”, ocultada em contêineres com cargas como cerâmica, louça sanitária ou madeira. Além do transporte marítimo, a organização também usava aeronaves privadas para enviar cocaína para a Bélgica, onde membros da organização retiravam a droga antes da fiscalização nos aeroportos.

Durante a operação, foi identificado que os traficantes que contratavam essa logística eram indivíduos de São Paulo, ligados a uma facção criminosas originária daquele estado, além de membros de uma organização mafiosa italiana que atuava no Brasil, sendo responsáveis pela intermediação da compra e envio da droga para o continente europeu.

Movimentação de 2 bilhões

As investigações também descobriram que, além do tráfico de drogas, o grupo estava envolvido em um complexo esquema de lavagem de dinheiro, movimentando bilhões de reais entre empresas e contas bancárias de fachada, além de adquirir bens e realizar transações fraudulentas. Durante o período de investigação, entre 2018 e 2022, a movimentação financeira dos investigados alcançou aproximadamente R$ 2 bilhões.

Foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam um valor estimado de R$ 126 milhões.

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