Após uma investigação detalhada, a Polícia Civil de Roraima (PCRR) elucidou o assassinato de Antonio Etelvino Almeida, mais conhecido como Toinho da ADERR, candidato à Prefeitura de Amajari.
Na manhã deste sábado, 26 de outubro, foi realizada a “Operação Mercenários”, coordenada pelos delegados Valdir Tomasi Rosa e Robin Felipe Barreto, da Delegacia de Pacaraima.
A operação incluiu o cumprimento de mandados de prisão temporária e buscas domiciliares em Boa Vista e no município de Amajari, com foco na captura dos executores e do mandante do crime.
Mandados e prisões na Operação
A Polícia Civil cumpriu mandados contra os suspeitos de execução, funcionários do ex-deputado federal e empresário Raul Lima e realizou uma busca na fazenda do empresário em Amajari, onde o caseiro foi preso em flagrante por posse irregular de armas de fogo.
Os acusados da execução do crime tiveram a prisão temporária representada pelo delegado e, com a concordância do Ministério Público, a Justiça expediu os mandados de prisão.
A Polícia Civil também representou pela prisão do empresário que é suspeito de ser o mandante do crime, mas a Justiça indeferiu o pedido.
O política Macuxi tentou contato com o ex-deputado. O espaço segue aberto.
Motivação do crime: disputa de terras
De acordo com o delegado Valdir Tomasi, o crime foi motivado por uma disputa de terras entre a vítima e o suposto mandante, um conflito que se arrastava há mais de 15 anos.
Segundo a polícia, a vítima, ao ser socorrida, chegou a identificar o empresário como o mandante do crime e mencionou o empregado dele como um dos autores, fato confirmado por testemunhas que receberam ligações de Antonio momentos após os disparos.
“Toda investigação aponta aos dois como executores e ao empresário como o mandante. Os três foram indiciados pelos crimes na Delegacia de Pacaraima “, observou o delegado.
Desde a noite do homicídio, ocorrido em 24 de setembro, a equipe da Delegacia de Pacaraima, com o apoio do Núcleo de Inteligência (NI) da PCRR, realizou diversas diligências para identificar os envolvidos. As investigações concluíram que os acusados agiram a mando do ex-deputado.
Detalhes da execução e provas coletadas
As provas reunidas durante a investigação foram essenciais para a prisão dos executores.
Antonio Etelvino, antes de falecer, mencionou o empresário como mandante e o funcionário dele como um dos executores.
Testemunhas confirmaram esses relatos, indicando que a vítima tentou se comunicar com conhecidos logo após os disparos.
O delegado enfatizou que os três suspeitos foram indiciados pelo crime.
Localização e prisão dos Suspeitos
Na tarde de 25 de outubro, a PCRR localizou e prendeu dois envolvidos em bairros de Boa Vista, onde foram apreendidos celulares, documentos e outros itens de interesse para a investigação.
Em diligências na fazenda do ex-deputado, foram encontradas armas e munições, e foi apreendida uma espingarda calibre 20, sete munições de calibre 28, um coldre de pistola/revólver e armas brancas.
O caseiro da fazenda, identificado como sendo F. F., de 46 anos, foi preso em flagrante pelo crime de Posse irregular de arma de fogo e munições de uso permitido.
O homem foi conduzido à sede da Delegacia de Pacaraima, onde foi lavrado o APF (Auto de Prisão em Flagrante). O homem será apresentado na Audiência de Custódia na manhã de domingo, dia 27.
O Crime
O assassinato ocorreu na residência da vítima em Amajari, às 23h, quando Antonio estava sozinho e foi alvejado. Ele chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Geral de Roraima (HGR), mas faleceu dias depois.
A investigação concluiu que um dos empregados de Raul organizou a logística, enquanto o outro executou os disparos, a mando do empresário, que ofereceu uma recompensa financeira pela execução.
Conclusão
O delegado Valdir Tomasi Rosa destacou que a operação foi complexa, mas fundamental para garantir a prisão dos envolvidos.
Segundo ele, não restam dúvidas quanto à participação dos acusados e à motivação do crime, que teria sido um assassinato encomendado devido à disputa por terras.
As prisões e demais diligências marcam um avanço significativo na resolução do caso.
“As investigações foram complexas. Desde o início das diligências já tínhamos uma linha de investigação que veio se confirmando ao longo do trabalho. Na medida que as investigações foram se aprofundando, conseguimos identificar todos os envolvidos. Passamos então por uma nova fase que foi comprovar a participação deles e representar por suas prisões. Agora, estamos realizando as diligências para cumprir os mandados judiciais. Para a Polícia Civil não restam dúvidas de que o crime foi motivado por disputa de terra. Foi um crime encomendado”, afirma o delegado.