A criação de um indivíduo não se limita à participação dos pais. Pelo contrário, quanto mais pessoas estiverem envolvidas, mais amor, atenção e cuidado para o novo membro da família. Sabendo disso, a Prefeitura de Boa Vista, por meio do programa Família Que Acolhe (FQA), incentiva a participação de todos os parentes, desde o início da gravidez, além de oferecer apoio médico e emocional para a gestante.
Os cuidados necessários para cada mãe são atenciosamente observados pela equipe do FQA. Detalhes que podem parecer algo a ser construído após o nascimento do bebê, o programa já inicia o trabalho durante a gestação. Um exemplo disso, são as atividades de fortalecimento de vínculo entre a família e o novo ser que irá chegar. A beneficiária de 32 anos, Rosilene Araújo, é mãe de Lorenzo Lima e Lucas Francisco. Ela afirma ter aprendido bastante com o programa.
“Participei do FQA durante a gestação do Lorenzo e nos primeiros anos de vida do Lucas. Eles têm 8 e 13 anos. Eu e a minha família aprendemos muita coisa com as palestras e atividades. Minha atenção foi aprimorada e estou construindo uma relação saudável com eles. O FQA é uma rede de apoio para mim. Foi aqui que o Lorenzo iniciou o processo de diagnóstico do TEA (Transtorno do Espectro Autista) e é acompanhado até hoje”, disse a mãe, que está no FQA há 8 anos.
Primeiros passos de sucesso: a Prefeitura de Boa Vista acompanha os cidadãos desde a infância
O Família Que Acolhe oferece apoio médico em geral, com profissionais da enfermagem, pediatria, odontologia, entre outros. Afinal, para garantir segurança nos relacionamentos familiares, é preciso trabalhar em todos os sentidos. A psicologia é mais um deles. O pequeno Lorenzo é um dos pacientes da psicóloga do FQA, Ondina Persch.
“O Lorenzo tem muito significado para nós, pois foi uma das primeiras crianças que iniciaram o tratamento de autismo com a gente. Passamos por todo o processo de diagnóstico: observação dos comportamentos, o encaminhamento para neurologista e psiquiatra e para fonoaudiólogo. É gratificante acompanhar a evolução que ele apresenta diariamente”, contou a psicóloga.
UMA REDE DE APOIO TRANSFORMA VIDAS – Lorenzo não se comunicava por meio da fala, o que é chamado de “autismo não verbal”. O tratamento, logo na primeira infância, foi de extrema importância para que o pequeno recebesse todo o apoio e estímulo de profissionais e familiares. Com bastante incentivo, paciência e muita vontade dos envolvidos em garantir o melhor tratamento, hoje, Lorenzo fala, lê e adora conversar.
FAMÍLIA QUE ACOLHE – O maior programa de Primeira Infância do Brasil não carrega o acolhimento apenas no nome, mas sim nas ações. Com início em 2013, foram 33.890 gestações acompanhadas até este mês de junho de 2024. O FQA segue exercendo sua função principal: promover ações que estimulam o desenvolvimento integral, desde a gestação, para que a criança tenha acesso às próprias potencialidades e se torne um adulto saudável, física e emocionalmente.
Boa Vista é referência mundial e conhecida como a Capital da Primeira Infância. “Após o cadastro das beneficiárias, nós conseguimos marcar ultrassom, consulta obstétrica e tudo necessário para garantir a saúde da mãe e do bebê durante e depois da gestação. Além de todo o suporte em diversas áreas da saúde, elas também recebem enxoval. Quando o bebê completa 1 ano, passa a receber três latas de leite para fortalecer a alimentação”, afirmou a facilitadora do FQA, Tayane Cristine.