Lideranças do agronegócio roraimense, incluindo o presidente da Coopercarne, André Prado, o vice-presidente da Aprosoja, cooperativa de soja e milho, Jorge Fukuda, , além de Agenor Faccio da Associação de Arrozeiros, e o produtor rural Ermilo Paludo, empresário do setor agropecuário que uniram forças para discutir um dos problemas mais graves enfrentados pelos produtores nos últimos tempos: as queimadas devastadoras que têm afetado extensas áreas rurais.
Em coletiva a imprensa na tarde desta segunda-feira, eles afirmaram que os incêndios são de natureza criminosas e têm prejudicado severamente os produtores locais, destruindo pastagens e comprometendo a segurança alimentar dos animais.
“Viemos falar das queimadas que estamos passando hoje e dos incêndios criminosos. Os nosso produtores rurais estão sendo bastante prejudicados pelas queimadas com grandes áreas devastadas e estamos vindo para pedir ajuda da sociedade e comunidade para que nos ajudem a identificar o comportamento suspeito para chamar as autoridades competentes” explicou Prado
Os líderes do setor fizeram um apelo à sociedade e às comunidades locais para auxiliarem na identificação de atividades suspeitas e na comunicação com as autoridades competentes, visando combater esse flagelo. Além disso, destacaram a importância da consciência ecológica e da ação coletiva para prevenir futuros desastres.
Impacto para a produção
Durante a coletiva, foi enfatizado que a comunidade agrícola já sofre com os impactos de uma severa estiagem e que a situação é agravada por incêndios intencionais. Relatos e imagens compartilhados pelos agricultores mostram a dimensão do desastre, com incêndios se alastrando das beiras das estradas para o interior das propriedades.
Fukuda ressaltou os esforços em orientar os produtores sobre a importância de evitar queimadas, especialmente em cultivos de cereais como soja e milho, embora admita que, em alguns casos, o controle do fogo é desafiador. O representante da Aprosoja lamentou a dificuldade em controlar os incêndios, dada a limitação de recursos e máquinas.
“Orientamos nossos associados para que as queimas fossem evitadas mas tem hora que não dá tempo de controlar os focos que não são feitos pelos produtores. Na agricultura temos máquinas que ajudam mas na Pecuária temos poucas máquinas e não conseguimos controlar. Estamos perdendo cercas, piquetes e pastos de animais, pois gastamos muito para plantar capim e não deixar o solo quente e seco e agora com o fogo tudo está perdido e estamos prejudicados. As vezes o pessoal imagina que gostamos de tocar fogo e não é verdade”
Faccio, por sua parte, mencionou os prejuízos causados pelo fogo na agricultura mecanizada e a necessidade de campanhas para mudar a cultura local de manejo do fogo.
“Existe em Roraima uma cultura em queimar lavrado e essa cultura é difícil de quebrar. Precisamos fazer uma campanha para o produtor esquecer essa forma de manejo o que menos o produtor rural quer é fogo em sua propriedade. Querem nos atribuir essa fumaceira mas não é verdade. O que menos queremos é incêndio pois saímos no prejuízo”
Governo Federal
Paludo destacou a responsabilidade do governo federal no combate aos incêndios, que não está existindo e mencionou a situação crítica na reserva Yanomami onde há dois meses os incêndios estão devastadores. Também citou a Flona com mais de 20 quilômetros de fogo sem nenhuma ação do governo federal.
Ele afirmou que a maior parte dos incêndios ocorre em territórios federais e explicou que o fogo não deve ser atribuída ao setor produtivo, que está com altos prejuízos por conta das queimadas.
“Atribuir os incêndios ao setor produtivo é mentiroso. Somos os mais prejudicados. A união e a responsabilidade compartilhada entre comunidade, agronegócio e autoridades são essenciais para enfrentar e superar os desafios impostos pelos incêndios na região. Precisamos de ajuda da sociedade como um todo” concluiu.