PF faz megaoperação contra Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

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A Operação Tempus Veritatis (Hora da Verdade), deflagrada nesta quinta-feira, 8, pela Polícia Federal, tem 16 integrantes das Forças Armadas entre os alvos. O ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos é um deles.

Segundo as investigações, os militares teriam participado da elaboração de um golpe de Estado para obter vantagem de natureza política com a manutenção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Em outubro de 2022, Bolsonaro foi derrotado nas eleições presidenciais em segundo turno. Com isso, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a presidência em 1º de janeiro de 2023.

Bolsonaro não passou a faixa e, nos meses entre a eleição e a posse, grupos extremistas bloquearam estradas, questionaram a validade do resultado e tentaram invadir a sede da PF em Brasília, entre outros atos.

Polícia Federal

Em comunicado, a Polícia Federal informou que as apurações apontam que o grupo de militares investigado “se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022”, antes mesmo da realização do pleito, para “viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”.

“O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022”, acrescentou a PF. A investigação afirma que eles tinham a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quarteis e instalações das Forças Armadas e criar o ambiente propício para o Golpe de Estado. Ainda de acordo com o inquérito, o grupo incitava outros militares a aderirem à ideia, diretamente ou por meio de influenciadores nas redes sociais.

“O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível”, completou.

Mandados

Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva em nove estados –Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás– e no Distrito Federal.

Também foram expedidas 48 medidas cautelares diversas da prisão, como proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

A GloboNews apurou que, entre os militares que são alvo nesta quarta-feira, estão:

Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
general Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército.

Além dos militares, Jair Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente em 2022, também estão entre os alvos.

Dois ex-assessores de Bolsonaro foram presos. São eles: Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens, e Filipe Martins, ex-assessor internacional do governo Bolsonaro.

 

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