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Justiça solta policiais envolvidos em sequestro de jornalista; MP é contrário

Todos os policiais militares presos na operação Pulitzer, que investiga o sequestro do jornalista Romano dos Anjos, ocorrido em outubro de 2020 em Boa Vista, foram soltos na manhã desta terça-feira, 11, pelo Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR).

As decisões concedendo o habeas corpus aos envolvidos são do desembargador Ricardo de Aguiar Oliveira e referendada pelos desembargadores Almiro Padilha e Erick Linhares.

A justiça concedeu liberdade aos coronéis Natanael Felipe de Oliveira Júnior;  Moisés Granjeiro de Carvalho, ao Major Vilson Carlos Pereira Araújo; e ao subtenente Clóvis Romero Magalhães Sousa e ao Sargento Gregory Thomaz Brashe Júnior.  O ex-servidor da ALE-RR, Luciano Benedicto Valério o único civil entre os presos também teve sua liberdade concedida.

Em nota, MP lamenta soltura
Em nota encaminhada à imprensa, o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) informou que a 2ª Procuradoria Criminal do MPRR  emitiu, no último dia 30 de setembro de 2022, Parecer contrário ao Habeas Corpus concedido pela Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR)  aos acusados da Operação Pulitzer.
“Ressalta-se que além do feito estar seguindo o seu trâmite regular, processual, inexiste qualquer ato de desídia por parte do juízo e, portanto, não se configura qualquer excesso de prazo na formação da culpa apto a causar constrangimento ilegal na manutenção da custódia preventiva dos pacientes”, destaca trecho do Parecer ministerial.
O MPRR denunciou os acusados e teve sua Denúncia recebida pela 1ª Vara Criminal de Boa Vista em junho deste ano. O processo tem tido acompanhamento da 1ª Promotoria de Justiça Criminal com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).
Como o processo foi desmembrado, o caso também tramita na Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas, que analisa apenas a prática dos crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.
O Ministério Público de Roraima reiterou o compromisso com a sociedade roraimense em defender o cumprimento da lei e promover justiça, portanto, continuará atuando de forma incisiva nesse caso que causou comoção geral, não só à nossa população, mas em todo o país.

Relembre o caso:

O sequestro do jornalista Romano dos Anjos, de 40 anos, ocorreu na noite do dia 26 de outubro. Ele foi levado de casa no próprio carro. O veículo foi encontrado pela polícia queimado cerca de uma hora depois.

Segundo a Polícia Civil, ele teve as mãos e pés amarrados com fita e foi encapuzado pelos suspeitos. Romano passou a noite em uma área de pasto e dormiu próximo a uma árvore na região do Bom Intento, zona Rural de Boa Vista. Na manhã do dia 27, ele começou a andar e foi encontrado encontrado por um funcionário da Roraima Energia.

O delegado Herbert Amorim, que conversou com o jornalista no trajeto do local onde foi encontrado até o Hospital Geral de Roraima (HGR), disse que depois de ter sido abandonado pelos bandidos, Romano conseguiu tirar a venda dos olhos com o braço e soltar os pés. No HGR, ele relatou aos médicos ter sido bastante agredido com pedaços de pau.

No dia, a Polícia Civil afirmou, em coletiva à imprensa, que ele poderia ter sido vítima de integrantes de facção. No entanto, a polícia não descartou outras linhas de investigação, como motivação política ou por Romano trabalhar como jornalista de um programa policial.

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