Prefeitura prorroga obra da Orla Taumanan que custou R$ 13,6 milhões

Crédito:

Compartilhe:

A Prefeitura de Boa Vista publicou no Diário Oficial do Município (DOM) do dia 24 de junho, uma portaria em que prorroga, por mais 44 dias, o prazo de execução dos serviços de recuperação com reforço estrutural da plataforma superior e da rampa de acesso entre as plataformas, da Orla Taumanam, no centro da capital.

O local, considerado um dos principais pontos turísticos de Boa Vista, está interditado desde novembro de 2019, após uma vistoria identificar uma rachadura em uma das vigas de sustentação das plataformas. A previsão inicial era que a interdição durasse de oito meses a um ano, mas o serviço deve ser finalizado somente no dia 31 de julho de 2021, conforme nova previsão do município.

Em 2015, a Orla Taumanan já havia passado por reforma e revitalização que custaram mais de R$ 2 milhões oriundos de convênio com o Ministério do Turismo. Desta vez, somente com os serviços de recuperação da estrutura foram gastos $ 13,6 milhões dos cofres públicos.

A obra está sob responsabilidade técnica do Consórcio Sanches Tripolini- Jatobeton. A empresa já foi considerada inidônea pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2009, e responde a processos que cobram ressarcimento aos cofres públicos por irregularidades e superfaturamento. Proibida de fazer negócio com a administração pública, a Tripoloni também foi alvo, em abril de 2020, de uma operação da Polícia Federal que fez busca e apreensão na sede da empresa no Mato Grosso do Sul sob acusação de irregularidades na execução de obras viárias

No início do ano passado, a Prefeitura foi acusada de beneficiar o consórcio de empresas formado pela Sanches Tripoloni e a Coema no contrato milionário de R$ 58,4 milhões para obras no do Parque Rio Branco, a nova orla onde ficava a área conhecida como Beiral. À época, um mandado de segurança contestou a decisão da Prefeitura de supostamente favorecer as empresas.

Mais irregularidades

Em dezembro do ano passado, o Ministério Público de Contas de Roraima (MPC) também já havia acusado a Prefeitura de Boa Vista de criar licitação emergencial para beneficiar uma empresa de construção civil contratada para as obras de recuperação na Orla Taumanan.  O contrato para a obra da orla previa “elaboração de laudo técnico e recuperação estrutural” no valor de R$ 315 mil.

Mais um aditivo

Além de conceder a prorrogação para a conclusão das obras de recuperação estrutural da Orla Taumanan, a Prefeitura de Boa Vista também publicou, no mesmo diário oficial, o quarto termo aditivo do contrato com o Consórcio Sanches Tripolini.

Os valores do novo aditivo não foram informados pelo município no extrato referente ao processo nº 7234/2020, sendo declarado apenas que a fonte de recursos seria própria.

Outro lado- A reportagem do Política Macuxi encaminhou demanda à Prefeitura solicitando posicionamento sobre a questão e informações sobre o valor do termo aditivo com o consórcio Sanches Tripolini e o motivo para a prorrogação das obras de recuperação estrutural da orla. Até o momento, não houve retorno.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE