Aliados criticam governo e falam de falta de interlocução

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Cyneida Correia

em 28 de maio de 2020

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Três deputados da base aliada do governo teceram críticas contundentes aos rumos do governo Denarium, durante sessão virtual da Assembleia Legislativa.

O deputado Jorge Everton (MDB) disse que parece que o governo não consegue se entender.

” A verdade é que o sentimento que nos dá é que o governo não está conseguindo se entender. Falei isso ao governador antes dele adoecer com Covid-19. Fui enfático em dizer que nem a base do governo estava se entendendo e não havia conexão política, o que é necessário e essencial. A população não está satisfeita com o caminho político que tomou a esfera estadual”, afirmou.

Para o parlamentar, o momento é de união e é preciso esquecer o palanque, pois as pessoas estão morrendo sem assistência no hospital.

“A saída do chefe da Casa Civil, que era o canal de interlocução que ainda existia entre a Assembleia e o Executivo, mostrou o racha interno no governo, entre os secretários, e entre os aliados do governador. Isso está colocando a população a ver navios, sofrendo com mortes e atendimentos precários em unidades hospitalares”, disparou.

Para o deputado, não existe governo sem união com a classe política.

“Eu sei que a Assembleia tem buscado entendimento, mas parece que estamos num navio sem rumo. Não adianta se iludir, dizendo que se governa sem a classe política. Aqui é lugar de profissional”, concluiu.

Sem amadorismo

O ex-líder do governo na Assembleia, deputado Soldado Sampaio (PC do B), que ainda permanece na base aliada, disse que o governador precisa ouvir os deputados.

“Me considero amigo do governador Antônio Denarium. Defendi e liderei o governo dele no ano passado. Fiz vários enfrentamentos, tenho sido leal nas votações e tenho colocado minhas posições em relação ao governo, mesmo que muitas delas não agradem ao governador. Mas eu entrei na carreira política primeiro que Antônio Denarium e não vou afundar minha carreira política porque Denarium não quer nos ouvir”, frisou.

Sampaio disse acreditar que o governador é sério e honesto, mas afirma não ser hora para cometer equívocos.

“Já tem quase dois anos de mandato e não podemos ter esse amadorismo no governo. A base tem que chamar o governador, colocar nosso posicionamento político, orientá-lo e arregaçar as mangas para construir entendimento com a Assembleia, órgãos de controle e sociedade, pois uma coisa são vítimas fatais do Covid no HGR com remédio, atendimento e suporte. Outra coisa é adoecer sem atendimento. Precisamos inaugurar o Hospital de Campanha, fazer parceria e precisamos de tranquilidade e clareza. Quero conclamar a classe política para que possamos fazer uma força tarefa e dar tranquilidade ao povo. A sociedade não vai perdoar os políticos que não construírem caminhos de entendimento nesse momento”, finalizou.

Desentendimento

O deputado Renan Filho (PRB) atribuiu o caos na Saúde ao desentendimento existente entre os integrantes do primeiro escalão. Na avaliação dele, essa “briga de egos” estaria afetando a governabilidade e prejudicando o governador. O parlamentar chegou ao ponto de dizer que o Legislativo precisava intervir para cessar as brigas entre os secretários.

Renan disse que nem mesmo no grupo de whatsapp que mantém com o governo, os deputados aliados conseguem alguma resposta.

Embora inicialmente tenham se manifestado em defesa do governador Antônio Denarium, as deputadas Catarina Guerra (Solidariedade) e Aurelina Medeiros (Podemos) também não pouparam críticas à saúde.

A base do governo conta com os deputados Jeferson Alves (PTB), Jorge Everton (MDB), Catarina Guerra (Solidariedade), Aurelina Medeiros (Podemos), Gabriel Picanço (PRB), Eder Lourinho (PTC), Tayla Peres (PRTB), Renan Filho (PRB), Chico Mozart (PRP), Soldado Sampaio (PC do B) e Angela Águida Portela (PP).

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